Completando 80 anos na ultima terça-feira, 26 de outubro de 2022, com o status de divindade no universo da música do Brasil. Sim, Milton Nascimento faz 80 anos como entidade da MPB pela aura sagrada do canto e da obra.

Com aguçada consciência social, Milton deu voz a versos escritos por parceiros letristas – sendo Fernando Brant (1946 – 2015), Marcio Borges e Ronaldo Bastos os mais frequentes e relevantes – que anunciaram a chegada da noite ao mesmo tempo em que reafirmaram a crença nos sonhos que nunca envelhecem.

Em essência, o cancioneiro de Milton Nascimento é manifesto em louvor do povo da raça Brasil. Um sopro de esperança nas Marias que têm fé na vida. Uma ode à amizade e ao poder do amor como remédio para a dor entranhada na música do cantor.

Musicalmente, Milton Nascimento descortinou admirável mundo novo ao ser projetado nacionalmente em 1967 no palco da segunda edição do Festival Internacional da Canção (FIC), defendendo Travessia, marco inaugural da parceria com Brant.

Milton Nascimento já chegou pronto como cantor e compositor. Tanto que, no ano seguinte, já gravou o álbum Courage (1968) para o mercado fonográfico dos Estados Unidos, para saciar a fome dos norte-americanos do clube do jazz, ansiosos para devorar aquela música repleta de melodias e harmonias inovadoras. Música que não segue padrões, mas que se tornou, ela própria, padrão tão referencial quanto inimitável na MPB.

Milton Nascimento é único. Sob o prisma musical, o artista apareceu sem antecedentes e tampouco deixará seguidores. Há, sim, legião de admiradores que cultuam a obra do artista com a consciência da singularidade desse cancioneiro de alma mineira. Mineira, mas também universal.

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