Sete anos depois de se consagrarem campeões do reality musical SuperStar (relembre aqui), da Globo, Lucas e Orelha gravaram o seu primeiro DVD em agosto deste ano. Ainda em 2022, a dupla baiana assinou com a Mousik e se firmou de vez no pagode, trazendo grandes artistas do gênero para o projeto audiovisual.

Em entrevista para o Bahia Notícias, os soteropolitanos afirmaram que DVD foi a realização de um sonho. “Foi um privilégio ter gravado com esses artistas incríveis. A gente nunca imaginou que um dia iria conseguir, principalmente com Belo, né? A gente cresceu escutando e agora de fato (o pagode) entrou para o nosso segmento, misturando o nosso estilo ao pop. Foi divino”, comemora Lucas. Turma do Pagode, Vitinho, Stefan Baby, Mr. Dan, Marvvila e Chininha também estão presentes em “Lucas e Orelha Ao Vivo”

“A gente sempre transitou por esse gênero desde o SuperStar. A gente tinha o Thiaguinho como nosso padrinho e o pagode sempre nos abraçou. A gente chegava nos lugares e eles (os cantores) chamavam para cantar nos shows. Já cantamos com Belo, Thiaguinho, Mumuzinho…”, completa Orelha.

Um dos maiores sucesso da dupla é a canção autoral “Preta Perfeita”, que se tornou um hit em todo o Brasil em 2015. Durante o bate-papo, Lucas revelou que a faixa não estava presente no repertório para o reality musical, mas foi acrescentada por insistência de um dos produtores do programa da Globo.

“A gente não não ia cantar a música no programa, mas o produtor do SuperStar falou: ‘Tem que ser essa. Acredite em mim’. A gente foi e hoje é uma das músicas mais visualizadas da nossa vida. Se isso não é um chamado, eu não sei o que é. Se isso não é fazer a diferença, eu não sei o que é”, contou Lucas, ao falar da importância do canção. 

À época, “Preta Perfeita” fez sucesso em todo o país, sobretudo entre o público negro, que usava a canção como símbolo de empoderamento. “A gente vê isso nos lugares que a gente passa. Principalmente em lugares de ‘elite’. Você vê lá quatro, cinco pessoas pretas e quando a gente toca ‘Preta Perfeita’ as meninas vêm para frente do palco dançar, ficar cantando. Eu sinto que é um hino mesmo para empoderar as mulheres pretas. É um hino assim como ‘Ninguém Está Vendo Nada’ é um hino de embate, de afronta”, avalia Orelha.

A música e clipe de “Ninguém Está Vendo Nada” foram lançados há duas semanas nas plataformas digitais. A canção faz parte do projeto “Felicidade Black” e traz em sua letra um protesto contra o racismo racial e religioso.

“Os Órixas, Ogum me deu essa música. Acabei escrevendo com a orientação dos meus ancestrais. Eu já estava querendo escrever algo assim profundo”, comenta Lucas. Na sequência, Orelha completa comentando sobre alguns comentários que receberam sobre canção: “Tudo que vem de matriz africana é demonizado, a gente sabe. Então, a gente já esperava que isso ia acontecer”. 

“Para desconstruir vai demorar um tempo. Mas a gente está aqui para fazer parte disso, dessa desconstrução. Levar para o Brasil que nós somos livres para adorar o que quiser”, reflete Lucas. “A arte sempre foi o caminho de protesto, de comunicar as dores, as alegrias, e a gente sempre vai usar a arte para comunicar”, afirma Orelha.

Fonte Bahia Notícias

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