John Clarke, Michel Devoret e John Martinis foram anunciados como os ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2025 pela Academia Real das Ciências da Suécia nesta terça-feira (7). Esses cientistas foram reconhecidos por suas contribuições inovadoras no campo da física. O trabalho deles abriu novas fronteiras para a tecnologia quântica. Suas descobertas têm impacto significativo em áreas como computação quântica e criptografia. O prêmio destaca a importância dessas pesquisas para o avanço da ciência e da tecnologia.

Impacto na computação quântica, sensores e criptografia

A descoberta realizada por eles pavimentou o caminho para tecnologias que atualmente constituem a base da computação quântica, dos sensores de alta precisão e da criptografia avançada. Pode parecer complicado, mas está mais presente no seu dia a dia do que você imagina. Foi justamente essa base que, há cerca de 40 anos, abriu caminho para o desenvolvimento de celulares, câmeras e até dos cabos de fibra óptica.


Fenômenos quânticos macroscópicos foram observados e controlados em temperatura ambiente ( Foto: Reprodução /  EPFL/ Second Bay Studios)

A descoberta do efeito túnel quântico em junções Josephson

Na prática, eles montaram um circuito utilizando supercondutores — materiais que conduzem eletricidade sem resistência — separados por uma camada muito fina de isolante, formando uma junção Josephson. Ao fazer a corrente passar pelo circuito, os cientistas observaram um fenômeno inédito: o sistema conseguia “atravessar” uma barreira de energia, um comportamento característico do túnel quântico. Isso significa que o circuito, apesar de ter bilhões de partículas, se comportava como uma única partícula gigante, seguindo as regras da mecânica quântica.

“É incrível perceber que, mesmo tendo sido desenvolvida há mais de cem anos, a mecânica quântica ainda revela novas descobertas e permanece como a base fundamental de toda a tecnologia digital”, afirmou Olle Eriksson, presidente do Comitê Nobel de Física.

Os pesquisadores também demonstraram que o sistema só pode absorver e liberar energia em quantidades definidas, um fenômeno chamado quantização de energia — o mesmo princípio que controla o comportamento dos elétrons nos átomos.


Fatos Interessantes sobre o Prêmio Nobel de Física

O físico mais jovem a conquistar o Prêmio Nobel foi Lawrence Bragg, que recebeu a honraria aos 25 anos, em 1915, ao lado de seu pai. Em 47 ocasiões, o Nobel de Física foi concedido a um único laureado. Já em 32 edições, o prêmio foi dividido entre dois cientistas, enquanto em 38 vezes, três pesquisadores compartilharam o reconhecimento.

Arthur Ashkin é o detentor do título de laureado mais idoso, recebendo o prêmio aos 96 anos, em 2018. Marie Curie, por sua vez, fez história ao se tornar a primeira mulher a ganhar o Nobel de Física, em 1903, por seus estudos sobre a radiação. Ela também foi a primeira pessoa a conquistar dois prêmios Nobel, sendo o segundo em Química.

 

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