Simony revisitou – para escrever seu livro Um Dia de Cada Vez – A Realidade por Trás de um Diagnóstico – os momentos mais complicados que vivenciou desde que recebeu o diagnóstico do câncer na região do intestino, descoberto em meados de agosto do ano passado. A cantora, de 46 anos, que conta a Quem que se sentiu confortável para compartilhar fotos e até situações que não dividiu até o momento em suas redes sociais.

“Sempre quis escrever um livro, colocar umas fotos e mostrar umas partes que eu não falei nas minhas redes sociais para tentar realmente ajudar. Tudo que a gente puder fazer para agregar na vida de alguém é importantíssimo”, ressalta a artista, que por meio de seus relatos inspirou muitas pessoas a fazerem exames. “Esse livro também vai ajudar o Instituto Vencer o Câncer. A gente vai doar uma parte da renda com as vendas”, adianta.

O nome do livro surgiu da dificuldade em lidar com a ansiedade durante o tratamento: “Trabalhar a ansiedade é muito difícil mesmo. Por isso o nome do livro é Um Dia de Cada Vez. Tem dias que a gente acorda super ansioso, com medo, vontade de chorar… Em outros, a gente acorda bem. É uma montanha-russa. Tem que enfrentar um dia de cada vez e não desanimar mesmo, mas tem hora que não dá, todo mundo desanima. É bem pesado passar por esse tratamento”.

Simony, que celebrou o fim das sessões de radioterapia quatro meses atrás, no livro conta que tem dificuldades na libido na relação com o noivo Felipe Rodriguez. Nas 42 páginas do e-book, que custa R$ 97, ela detalha: “Eu sobrevivi ao câncer, mas algumas coisas ainda me incomodam: não menstruo mais, sinto dor nas articulações, queda na libido, secura vaginal, irritabilidade e calorões”.

Outro desafio foi encarar a queda dos cabelos, raspados a seu pedido pelo primogênito, Ryan , de 22 anos. A cantora também é mãe de Aysha, Pyetra e Anthony.

“O medo de perder os cabelos é muito grande. As pessoas que estão de fora pensam: ‘Ah, mas o cabelo cresce’. Mas não é sobre isso. É um conjunto, toda uma situação. Você já está muito fragilizada com a doença, emocionalmente e se olha no espelho e não tem cabelo, está inchada de tanto corticoide, perdeu cílios, sobrancelhas… Você não se reconhece mais! É muito difícil. Só quem passa para entender”, explica.

Atualmente, além de promover o livro, Simony também trabalha novas músicas. Ela aguarda resultados de novos exames para definir suas próximas metas. “Os próximos passos eu não seu ainda. Só vou saber após esse exame. Estou me sentindo bem, não me sinto mais cansada, me sinto mais disposta”, garante.

Em que etapa você está agora deste processo?
Ainda não cheguei ao fim do tratamento, cheguei ao fim de uma etapa. Mesmo após o fim do tratamento, a gente fica cuidando durante cinco anos. O câncer é uma doença bem agressiva e tem que estar sempre de olho. Tenho exames para fazer e estou aguardando isso para saber as próximas etapas. Mas estou ótima, superbem.

Você está lançando música nova. Como criar te ajudou neste período de tratamento?
A música sempre me ajuda a enfrentar tudo. Ela te leva a lugares mesmo quando você está dentro de um hospital. Vou lançar música nova. Tem uma que eu fiz junto com a Thais Nascimento, filha do Arnaldo Saccomani. Se chama Um Dia de Cada Vez, é uma música que fala sobre isso que vivi.

E você também escreveu o livro. Quais foram os momentos mais emotivos que acessou para escrever esse relato?
Tudo o que eu escrevi me leva de volta aos momentos que enfrentei. Foram vários momentos difíceis como a parte que conto para os meus filhos e para a minha mãe do diagnóstico e a parte que meu filho raspou meu cabelo.

Perder os cabelos é algo que preocupa muito as mulheres que recebem o diagnóstico…
Que bom que a gente tem lenços, perucas, laces… Adorei usar lenços, recebi muitos. Inclusive usei muito um que as mulheres africanas usam, que parece com um coque. Fui inventando uma forma de me sentir bonita e feliz.

O que a Simony de agora tem de diferente da anterior a esse diagnóstico?
Esta Simony é diferente. A gente muda. A dor faz a gente enxergar coisas que a gente não enxergava, dar valor a coisas que não dava… É isso. A gente tira um aprendizado mesmo de quando a gente está sem força.

Fonte Revista Quem

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