Ludmilla, de 28 anos de idade, foi acusada de intolerância religiosa por um vídeo exibido no telão durante seu show do último domingo (21) no Coachella, na Califórnia (EUA). A cena do vídeo mostra a frase “Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas”, o que fez a artista ser alvo de críticas nas redes sociais.
Ela foi ao seu Twitter, nesta segunda-feira (22), se justificar. Lud compartilhou o vídeo na íntegra, disse que a cena foi tirada de contexto e afirmou que sua proposta com as imagens foi mostrar a realidade de uma favela.
“Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar pra falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe. Hoje tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades a qual eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária à minha”, começou ela.
“Rainha da Favela apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci, mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste. Isso passa por conviver em um ambiente muitas vezes hostil, onde a cada esquina você precisa se deparar com as dificuldades da favela”, continuou.
A cantora diz que a apresentação não sugeria qualquer interpretação diferente do que ela quis transmitir. “Meu show começa com uma mensagem muito explícita , que não deixa dúvida sobre nada! Na sequência, eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer! Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real. Estou aqui pelo que é real, e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja!”, declara.
Ludmilla diz que o encerramento da apresentação também teve uma mensagem a ser transmitida. “Termino meu show com o céu tomado de pipas douradas, que representam a esperança que eu quero plantar no coração de todos que lidam com essa realidade! Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que tivesse um olhar de dentro para fora!”, afirma.
Por fim, a arista pediu o fim dos ataques. “Não me coloquem nesse lugar. Vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas”, concluiu.
Fonte Revista Quem